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6ª Maratona do Porto - J. Gonçalves

 

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6ª Maratona do Porto

 

(Crónica de Jorge Gonçalves)

 

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Meus amigos,

 

Também eu, que sou apenas mais um atleta do pelotão, decidi participar na minha 6ª maratona. Sendo que esta, por ser na minha cidade do Porto, é obrigatória. Porque gosto de correr, porque também faço parte do Porto Runners (Um clube fantástico, pelo incentivo que dá a todos à prática do desporto!!!) e porque sou tripeiro, tudo o que aconteça na cidade do Porto é para mim, motivo de orgulho.

 

Então, e falando apenas da maratona, já que é esta a razão da crónica…

 

Talvez porque comecei a viver esta maratona uns dias antes, com a azáfama do trabalho no stand do Porto Runners, na expo maratona, alinhei a partida, a exemplo do que tem acontecido nas minhas outras maratonas, absolutamente descontraído.


Tinha combinado com o Adérito que faria a prova com ele, desse para o que desse. Os dois, tivemos a sorte de, ao passarmos pela Casa da Música, encontrarmos o Pedro Silva, o João Pedro e o Rui Cunha. Combinamos, os 5, tentar fazer a prova em 3:30h. Logo, fizemos um grupo fantástico em que a entreajuda foi absolutamente fundamental para a conquista do nosso objectivo.


O João Pedro controlava o relógio e a passada, eu dava a indicação de baixar ou aumentar o ritmo e, assim, nos mantinhamos abstraidos da prova, com algumas brincadeiras pelo meio.

 

O apoio dos nossos familiares, da nossa claque e dos poucos espectadores que fomos tendo, ao longo do percurso, tornavam, km a km, o esforço mais fácil. Não posso deixar de referir o apoio extraordinário da minha filha e da minha esposa. Julgo mesmo que as duas fizeram mais esforço a gritar, por mim, que eu próprio a correr. Os pais e família do João Pedro também nos ajudaram (e de que maneira!) nos incentivos que deram. Que lindo que foi ver os pais do João Pedro a andar de local em local, de máquina na mão, a gritar “Força João!”.

 

À passagem dos 21km, senti que o ritmo com que íamos nos  permitiria baixar as 3:30h. O grupo mantinha-se unido. Aos 23km, o Pedro Silva ficou para trás. Confesso que o incentivei o mais que podia, para que não ficasse só. Sei das enormes capacidades que ele tem, mas compreendi que a 1ª maratona traz sempre alguns receios.

 

O caminho da ponte D.Luis para o Freixo foi muito mais fácil do que imaginávamos. O grupo mantinha-se forte e o ritmo estava certo. Aqui, juntou-se a nós o Fernando Rocha. Quando chegámos ao túnel da Ribeira tivemos mais uma ajuda. Desta vez, tinhamos o Abel à nossa espera para marcar o passo à cabeça do nosso pelotão.

 

Quando as minhas forças  começaram a fraquejar, eis que chega o apoio da nossa claque, no Fluvial. Só o barulho que faziam com os seus incentivos não deixavam esmorecer ninguém. Tive, também, a companhia de um amigo especial, o Eduardo, que se propôs a fazer o restante percurso, de bicicleta, ao meu lado. As suas palavras de entusiasmo tornavam o esfoço mais fácil. E eu recebi mais um aditivo extraordinário. A minha filhota gritava “FORÇA PAI! ÉS O MAIOR!”.

 

E é então que o Joao Pedo se adianta. Restávamos 4 – Eu, o Adérito, o Fernando Rocha e o Rui Cunha!

 

Mais à frente, no início da Avenida Brasil, vejo a minha mulher, entusiasmada nos seus incentivos a todos os atletas. Gritava por mim de uma forma indescritível. Os seus gritos eram a gasolina que me faltava para os 4km  e 195m até à meta.


Ao km 39 o Rui Cunha fica para trás. A ida ao Edifício Transparente, para nós que conhecemos o percurso como a palma das nossas mãos, traz uma carga negativa. Custa que se farta, carago!

 

Restava eu, o Adérito e o Fernando. Começamos a subir a Avenida da Boavista. Olho para o relógio, que marcava 3 horas, 25 minutos e 30 segundos. Disse ao Adérito “Temos que chegar à meta com 3:30h. ‘Tá na hora de sofrer. Berra o que quiseres mas vamos conseguir.”

 

O apoio de todos os colegas, ao longo dos 1500m, foi de tal ordem fantástico, que fomos buscar as forças às nossas últimas reservas. Parecia que nem punhamos os pés no chão. Atrás de nós, já tinhamos o Rui Cunha, que voltou a recolar e à nossa frente vimos o João Pedro. O Adérito disse-me “Vamos terminar todos juntos”. Foi o que aconteceu…

 

Este grupo começou e acabou JUNTO e com o tempo fantástico de 3.30h. Faltava aqui o Pedro Silva para que o gupo estivesse completo.

 

Agora que a Maratona do Porto terminou, olho para trás, analiso o percurso e fico com a sensação de que foi fantástico pelas emoções vividas e quero voltar a repetir.

 

Aos meus amigos, Adérito, Pedro Silva, João Pedro, Rui Cunha, Fernando Rocha e todos os outros que, ao longo do percurso, nos apoiaram e incentivaram, em cada vez que nos cruzávamos, o meu sincero agradecimento! E isto que torna o Porto Runners num clube diferente.

 

Jorge Gonçalves