26ª Maratona de Sevilha - Elisabete Gonçalves
26ª Maratona de Sevilha
(Crónica de Elisabete Gonçalves)
Sevilha foi a minha 1ª Maratona, não tinha a noção do que poderia acontecer, era um mistério, em que á medida que se aproximava o dia 14 de Fevereiro de 2010, as incertezas aumentavam, será que vou conseguir, será que estou preparada, não fiz o treino longo de 3 h, como era suposto fazer, conforme indicava o plano de treinos, mas acabei por adiar e nunca o fiz, mas chego à conclusão que esse treino era um teste...
Tenho que agradecer a quem me acompanhou nos treinos, ao meu amigo Peter, ao meu irmão, que me deram bastante confiança e me ajudaram bastante durante os treinos, dado que treinar sozinha não é comigo, é muito importante ter alguém com quem treinar.
Vou confessar aqui um segredo: desde os meus tempos de escola, até aos meus 32 anos, o desporto que mais detestava praticar era correr. Até que minha grande amiga Susynami, me obrigou a correr durante uma semana, em plena serra da freita, dado que estava-mos de férias, foi custoso, depois disso fui evoluindo aos poucos, de uma forma muito lenta. Agora o meu desporto favorito é a corrida. Nunca imaginei que alguma vez me iria propor a fazer uma Maratona.
Agora que o fiz, digo vale a pena, senti uma alegria tão grande, que um dia destes vou repetir...
Durante o percurso, sempre me senti bem, estava a correr ao meu ritmo, de uma forma confortável, lá fui km a km, com um sorriso nos lábios, agradecendo a quem me apoiava, ora falava com um, ora falava com outro, até que a certa altura tive um companheiro Alentejano, que foi sempre ao meu ritmo, a dar me força, desde o 15º km até à meta, ele já era uma pessoa experiente nestas coisas e lá fomos na conversa até ao final.
A partir do Km 35, começou a custar um pouco, comecei a sentir dores nas pernas, ora inclinava o corpo para a frente, ora para traz, para tentar redistribuir de forma diferente o meu peso pelas pernas e lá fui, até que comecei a ver outros atletas a parar próximo das ambulâncias para colocar spray nas pernas, então parei 1 minuto, para fazer o mesmo, melhorou um pouco. Até que o meu companheiro me disse vamos, que o estádio já está ali, faltavam 3 km, ao imaginar a meta, já sorria...
Até que entrei naquele estádio, fui buscar forças não sei onde e comecei a correr mais depressa, até que alcancei a meta, foi emocionante, assim ao fim de 4.02h, tive o prazer de concluir o grande desafio a que me propus, que era simplesmente chegar à meta, sem grande sofrimento e bem de saúde.
Elisabete Gonçalves