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26ª Maratona de Sevilha - Carlos Rocha

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26ª Maratona de Sevilha

 

(Crónica de Carlos Rocha)

 

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XXVI Maratón Ciudad de Sevilla 2010 - 1 ano após...       

 

     

 

1 ano após a minha primeira lesão mais séria, estava em Sevilha, outra vez, para correr a 2ª maratona num intervalo de catorze semanas.           

 

Desta vez para participamos numa prova fora do País, o trabalho foi maior a organizar toda a parte administrativa de uma viagem em autocarro, estadia e alimentação para mais de quarenta pessoas.           

 

As 5:00 horas da manhã de sábado, conforme o combinado estávamos junto a liceu Garcia de Orta para iniciamos a nossa viagem de 9 horas. Tudo correu sem incidentes, excepto não chegamos a tempo da Festa da Pasta.           

 

Sábado a noite depois do jantar, enquanto algumas pessoas foram passear ao centro de Sevilha, regressei ao quarto para preparar tudo o material necessário a prova e ver o jogo do Porto. Precisava de alguma calma e descontracção para descansar algumas horas antes da prova.           

 

 

Sendo a minha 8ª maratona de estrada, ainda sinto algum nervosismo antes da prova como se fosse a primeira maratona. As 7:30 da manhã estava outra vez na sala de jantar para tomar o pequeno almoço, uns já equipados, outros iam para assistirem a prova e outros ainda com cara de sono, todo o pessoal ia aparecendo para partimos de autocarro para o Estádio Olímpico de Sevilha.           

 

 

 Nome pomposo para iniciamos e terminamos esta maratona, Estádio Olímpico de Sevilha. Estava muito frio e até alguma geada na terra, mas o transito já era muito para chegar ao estacionamento do Estádio. Resolvemos sair e caminharmos para chegar mais depressa ao local de guarda roupa e aquecimento no interior do estádio.           

 

 

Como sempre nestes grandes eventos em especial nesta prova, revermos alguns amigos de Portugal. As últimas estratégias antes do tiro de partida e após este, estava outra vez nas ruas de Sevilha onde 1 ano antes tinha batido o meu recorde pessoal na distancia da maratona.           

 

 

 A 22 de Fevereiro de 2009 após passar a linha de meta estava com uma dor forte no tornozelo da perna direita. A distância do estádio ao hotel era de 10 minutos, demorei quase meia hora a lá chegar. Abrandei os treinos após a lesão mas a dor não desaparecia por completo. Ainda fiz uma prova em Gaia: 10 km das Águas de Gaia, mas nuns testes da FADEUP em Maio voltei agravar a lesão o que me levou ir ao médico no Centro de Medicina Desportiva.           

 

 

Após a Ressonância Magnética e uma Cintigrafia Óssea diagnosticaram-me “Shins Splints” mais conhecido por “Canelites” entre nós.           

 

 

Tratamento: descanso absoluto de 4 semanas, mais 4 semanas de bicicleta e recomeçar muito devagar.            Assim fiz 8 semanas sem corridas, só para apanhar o autocarro, comecei com 3 treinos semanais de 30 minutos, depois 40, 50, repeti outra vez os 50 minutos. Aumentei o número de treinos de 3 para 4 vezes mas baixei ao tempo de corrida, etc.           

 

 

E a 8 de Novembro estava novamente na linha de partida para a 6ª Maratona do Porto. Esta prova tinha algo de especial para mim, o teste a minha lesão contraída em Fevereiro passado. Nada melhor do que as ruas do Porto para se fazer este teste, percorri todos os troços de paralelos durante a prova, em nenhum local desviei pelo passeio para o evitar. No fim tive a minha recompensa de fazer o meu pior tempo das 7 maratonas, mas o mais importante: não sentir dores no local da lesão (na Alfandega ainda tive de fazer uma paragem para ir a casa de banho).           

 

 

 Após a prova do Porto, decidi em voltar a Sevilha daí a catorze semanas. Descansei uma semana com treinos de rolamento e a seguir iniciei um plano de treino de treze semanas.           

 

 

 A 24 de Janeiro fomos a Viana correr a Meia Maratona da Manuela Machado, tendo lá o meu melhor tempo aos 21 km, mas desta vez fiz mais 3,5 minutos que no ano anterior. Grande diferença de tempo para uma distância de 21 km.           

 

 

Dia 14 de Fevereiro de 2010 as 9 horas da manhã percorríamos a pista e túnel do estádio que levaria as ruas de Sevilha para corremos durante os 42 km da maratona. É uma prova agradável, estava muito frio de inicio, as pessoas são simpáticas e entusiásticas no incentivo aos atletas. Começamos a correr com 1,5 metros de altitude e durante a prova a altitude máxima é de 20,45 metros, significa que é uma prova plana.           

 

 

Comecei um pouco lento o que foi bom para o frio que se fazia sentir, aos 7, 8 km consegui chegar perto dos balões para o tempo que queria tentar ou ficar lá perto, mais 5 minutos já era um bom resultado para mim.           

 

 

Como me dou melhor com o frio do que com calor, estava as condições ideais para mim, correr esta prova. Ainda tive a tentação de passar os balões aos 10 km, mas pensei que era melhor voltar para trás do grupo onde era o meu lugar. Correr com os balões tem prós e contras, os prós são de seguirmos a uma velocidade constante, passei a meia maratona na metade das horas marcadas pelos balões, os contras é que nos abastecimentos as vezes não conseguimos chegar as garrafas de água e temos de beber da garrafa do parceiro que vai ao lado.           

 

 

Aos 35 km comecei a ficar para trás do balão que seguia a minha frente, nesta altura já só seguia um balão o outro tinha desaparecido. Pensei que estava a ficar mais lento o que é normal acontecer depois dos 30 km e nada preocupante. Mas ao olhar para o relógio verifiquei que ainda tinha muito tempo para acabar a prova dentro da hora do balão ou seja foi o corredor com o balão que acelerou o passo.         

  

 

Ao fim de 42.195 metros cortava a linha de chegada com 55 segundos abaixo do tempo marcado pelo balão. Fiz a segunda parte da maratona mais rápido 1 minuto e 3 segundos.           

 

 

Só ao fim de 6 maratonas consegui aprender a fazer a 2ª parte da prova mais rápida que a primeira, mesmo que seja por uma diferença mínima de tempo, conhecida por “Split Time” ou “Split Negativo”.           

 

 

Mais uma vez o mais importante para mim foi chegar ao fim desta prova sem dores nem lesões. E já agora fiz só mais 2 minutos certinhos que no ano anterior, dois minutos em 42 km não é uma diferença tão considerável.           

 

 

Após o banho no hotel, a entrega de prémios as nossas 2 campeãs e 1 campeão, almoço no local da entrega de prémios, regressamos ao Porto cansados mas satisfeitos que o digam os 4 estreantes na distância da maratona.           

 

 

Moral no meu relato: as lesões podem-se curar para voltamos a correr com alegria e prazer. É necessário alguma ou muita paciência. 

 

Obrigado,

 

 

um abraço, 

 

Carlos Rocha